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Century 21 acha que futuro do imobiliário passa pelo arrendamento e gestão

12 Fevereiro 2012

Century 21Bahi Khoury é o diretor de expansão da Century 21 França. Esteve em Portugal, para a 7.ª Convenção da Century 21 Portugal. Reconhece as dificuldades da indústria do imobiliário em Portugal, mas dá pistas de crescimento para o curto prazo. Aposta no arrendamento e na gestão como solução imediata para a Century 21, assim como o crescimento via parcerias com bancos, companhias de seguros e outras instituições com necessidades da mediação imobiliária profissional.

Estratégia da Century 21 em França

A rede existe há 25 anos. A estratégia baseia-se na continuidade e passa pelo contínuo desenvolvimento da rede para ir buscar mais franjas de mercado. É verdade que a rede de mediação Century 21 é líder em França em volume de transações, mas não é líder em gestão.

Temos, por isso, de incentivar as agências Century 21 a desenvolverem essa atividade, no sentido de continuarem a desenvolver o negócio vocacionado para os profissionais de comércio e de indústria.

Temos 900 agências Century 21 no território francês e temos um objetivo que não passa pelo crescimento para um número expressivo de mil ou duas mil agências, mas antes por ter uma rede que se deve manter líder no seu mercado e nas várias vertentes.

Mais. A Century 21 atingiu o objetivo de ser líder em termos globais, e passámos a ter como objetivo que cada rede seja líder no seu território.

Century 21 França está a ajudar a rede portuguesa no desenvolvimento do negócio em Barcelona

Temos vindo a ajudá-los de duas formas. A primeira é trabalhar com eles e foi o que fiz ao deslocar-me a Barcelona com esse objetivo. Depois temos as agências Century 21 da Catalunha e de outras regiões do norte de Espanha que têm necessidade de acompanhamento, pois têm clientela de fronteira. Têm espanhóis que compram cada vez mais em França, pois os preços continuam muito interessantes no sul de França e querem fazer aquisições nessa região, onde passam a habitar. Nessa ótica há uma ligação de negócio constante entre as agências Century 21 do sul de França e as agências espanholas.

Avaliação da indústria imobiliária em Portugal

O mercado do imobiliário está a ser afetado, como a generalidade das indústrias, pela crise europeia e mundial. O imobiliário não escapou à crise económica, pois os consumidores têm registado uma redução brutal do poder de compra ao longo dos últimos anos, a par da crise de financiamento, mesmo de clientes que são solventes.

Não apenas Portugal, mas também Espanha ou o Reino Unido têm condições de financiamento muito mais restritivas que noutros mercados como o francês e o alemão.

Por outro lado, o downgrade que as agências de rating têm infligido a diversos países, com destaque para Espanha, irá acentuar o moral dos profissionais e a crise onde a indústria do imobiliário já se encontra.

Também em Portugal, a dificuldade é nítida na tentativa de acesso à propriedade e daí estarmos a ver um número cada vez maior de jovens que têm de optar pelo arrendamento.

Futuro do negócio imobiliário em Portugal passa pelo arrendamento

O futuro do negócio imobiliário em Portugal passa pelo arrendamento, aliás, em França essa foi a solução para a rede Century 21 desde há alguns anos.

Considero que o agente imobiliário não deve intervir apenas nas transações de propriedade, o agente deve intervir em todas as áreas onde o imobiliário esteja envolvido. Desde tratar da gestão de imóveis, deve fazer os arrendamentos e no final de todos estes processos poderá fazer a transação.

Bem vistas as coisas a transação final não é mais do que o final de um circuito. Convencionalmente, começamos por arrendar uma casa quando jovens, depois compramos um apartamento pequeno e mais tarde, um espaço maior.

Sei que em Portugal tem sido diferente e isso reflete uma grande diferença entre o mercado francês e português a nível de imobiliário. Em França temos poucos proprietários, quando comparados com o nível encontrado em Espanha e em Portugal.

Cerca de 56% dos franceses são proprietários da sua residência habitual, enquanto na Ibéria andam próximo dos 80%. Nós, franceses, sonhamos poder um dia passar dos 56% para os 60% de proprietários. Mas, como digo, sonhamos, não será fácil mesmo tendo em conta que a média europeia de proprietários da habitação principal é de 66%.

Em França estamos com menos 10 pontos percentuais relativamente a essa média.

Acredito no potencial do negócio do arrendamento e da gestão, tanto mais que são atividades que credibilizam a indústria e os seus agentes, e que na ótica da rede de mediação trará um “apport” relevante ao nível do volume de negócio. Este negócio permite à agência ter um resultado todos os meses e não ficar dependente de um hipotético negócio que poderá aparecer dentro de meses para liquidar os seus compromissos.

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